O MI5 (serviços secretos britânicos) receia que redes islamitas, como a al--Qaeda, possam estar a utilizar no Reino Unido como terroristas suicidas pessoas com deficiência mental – noticiou ontem o jornal ‘The Sunday Times’. As suspeitas surgiram após a recente explosão num restaurante de Exeter, no Sul de Inglaterra, da qual é suspeito um deficiente mental.
As autoridades temem que o caso protagonizado pelo deficiente mental Nicky Reilly, que está a ser interrogado na sequência da referida explosão, possa indiciar uma nova estratégia terrorista de recurso à utilização de deficientes mentais para os seus fins. Um funcionário da luta antiterrorista afirmou àquele jornal britânico que o MI5 tenta descobrir até que ponto Reilly, de 22 anos, foi instrumentalizado pela rede de Osama bin Laden. Reilly, recorde-se, converteu-se recentemente ao Islão e chegou a estar internado num hospital psiquiátrico. Tem a idade mental de uma criança de dez anos e, ao que parece, sofre de autismo e possivelmente de esquizofrenia.
Os serviços de inteligência britânicos acreditam que a al-Qaeda poderá ter importado esta estratégia do Iraque, onde, como se sabe, foram utilizados deficientes em vários atentados terroristas com efeitos devastadores. Ainda no passado mês de Fevereiro, um suicida em cadeira de rodas matou um general iraquiano em Samarra, a norte da capital, Bagdad. Anteriormente, duas mulheres que, aparentemente, sofriam do síndrome de Down, agiram como correios de uma bomba que matou uma centena de pessoas em Bagdad.
Ainda segundo o MI5, os deficientes mentais são mais facilmente manipuláveis e despertam menos suspeitas, sobretudo se convertidos ao Islão e de raça branca, como é o caso de Reilly. De acordo com as autoridades policiais, Reilly transportava três bombas de fabrico artesanal, que poderão ter sido construídas através de instruções difundidas pela internet.
Um dos três engenhos foi detonado no referido restaurante e feriu Reilly na face. De acordo com a polícia britânica, pouco antes da explosão, Reilly – que alterou recentemente o seu nome para Mohamed Rashid – recebeu no seu telemóvel uma mensagem de incitamento.
