Orlando Castro
OIraque vive uma situação de grande violência, exemplificada ontem quando um suicida se fez explodir num autocarro que seguia de Mossul para a Síria, provocando pelo menos 40 mortos. Ao mesmo tempo que os rebeldes afectos à al-Qaeda vão fazendo ataques em diversas regiões do país, a situação no Norte continua a ser explosiva devido à intervenção dos militares da Turquia que, usando todos os meios bélicos ao seu dispor, procuram neutralizar os militares do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão).
Para além dos habituais ataques suicidas, e revelando uma estratégia diversificada, os rebeldes não só fazem acções convencionais contra as forças iraquianas e norte-americanas, como adoptaram o sequestro como arma de guerra. Ontem, pelo menos 21 civis foram raptados por um grupo que interceptou os dois autocarros nos quais viajavam na província de Diyala.
Embora as autoridades iraquianas garantam que a situação está sob controlo, a verdade é que fontes militares norte-americanas dizem que os rebeldes ganharam nova pujança, sobretudo por revelar cada vez melhor e maior poder de fogo, o que pressupõe - afirmam - um enquadramento logístico e de comando já profissional, "provavelmente originário da al-Qaeda".
Com 140 mil soldados no país, os EUA parecem agora mais preocupados em evitar baixas do que em neutralizar os crescentes focos de instabilidade que se vão propagando por todo o país, sobretudo nas regiões que fazem fronteira com países seus inimigos, casos do Irão e da Síria.
Entretanto, prossegue a incursão da Turquia no Curdistão iraquiano que, segundo o mais recente balanço de Ancara, já provocou a morte a 153 rebeldes do PKK e a 17 soldados turcos.
Ancara informou oficialmente Bagdade de que 10 mil soldados turcos estão em território iraquiano, situação que desagrada ao presidente do Iraque, Jalal Talabani, que vê nesta invasão mais um foco de guerra de consequências imprevisíveis.
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, considera a operação militar como "um legítimo direito de defesa" , acrescentando que a incursão terminará quando o o PKK for neutralizado.
Fonte J.Noticias
