23.04.2008 - 11h12 Lusa
A Dinamarca fechou provisoriamente as suas embaixadas em Argel e Cabul com receio de atentados depois de a imprensa dinamarquesa ter publicado em Fevereiro caricaturas de Maomé, noticiou o diário dinamarquês "Politiken" na sua página de Internet.
O Ministério dinamarquês dos Negócios Estrangeiros deslocou o seu pessoal na Argélia e Afeganistão para edifícios mais seguros e locais mantidos secretos.
Alguns diplomatas foram também transferidos das suas residências para instalações com maior segurança nos dois países, assegura o Politiken.
A embaixada em Argel foi evacuada há alguns dias e a de Cabul sê-lo-á hoje mesmo.
"Temos de garantir a segurança do nosso pessoal devido às ameaças nestes dois países durante estas últimas semanas", declarou ao "Politiken" Erik Laursen, um responsável do serviço administrativo deste ministério.
O pessoal das duas embaixadas continuará a trabalhar a partir das suas novas moradas secretas e podem ser contactados por telefone e correio", precisou.
Laursen desconhece a data de reabertura das embaixadas.
"Tudo dependerá da evolução da situação", salientou, acrescentando que o ministério dinamarquês enviou uma equipa de peritos em segurança para a Argélia a fim de avaliar a capacidade da embaixada de resistir a um ataque terrorista.
Os serviços secretos dinamarqueses (PET) estimaram num relatório divulgado a 10 de Abril, que as ameaças terroristas contra os interesses dinamarqueses na Dinamarca e no estrangeiro tinham efectivamente aumentado depois da publicação das caricaturas do profeta Maomé.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros recomendou aos seus cidadãos que evitassem qualquer viagem não necessária para Argel e anularem as deslocações para o resto do país.
Pelo menos 17 jornais dinamarqueses voltaram a publicar, a 13 de Fevereiro, uma caricatura que representa a cabeça do profeta que usa um turbante em forma de bomba com um rastilho a arder, o que desencadeou a ira de numerosos países muçulmanos.
Esta nova publicação destinava-se a apoiar o autor desta caricatura que foi ameaçado de morte.