Noite de violência após assassinato

Os confrontos eclodiram depois de um jovem ter sido assassinado em Vitry-le-François, uma localidade com 17 mil habitantes, no que parece ter sido um ajuste de contas entre gangs rivais. O homicídio foi o rastilho para uma madrugada de extrema violência que lançou o pânico sobre a população dos subúrbios de Paris, que têm bem presente na memória os motins de há quase três anos.

De acordo com a polícia, meia centena de jovens queimou cerca de sessenta veículos, vandalizou estabelecimentos comerciais e envolveu-se em violentos confrontos com as forças antimotim. Encapuzados e armados com tacos de basebol e cock-tails molotov, os jovens incendiaram contentores de lixo, apedrejando ainda veículos dos bombeiros e da polícia. Dois agentes e igual número de bombeiros ficaram feridos, bem como cinco habitantes locais, "não necessariamente implicados" na violência, segundo as autoridades. Refira-se que cerca de uma dezena de outros jovens assistiram a tudo, mas sem se envolverem nos confrontos.

Durante a noite a polícia deteve o alegado autor dos disparos fatais. Os reforços policiais enviados para Vitry-le-François para fazerem frente aos distúrbios continuaram na localidade até à manhã de ontem, altura em que os confrontos terminaram.

Recorde-se que de 27 de Outubro a 17 de Novembro de 2005 uma vaga de violência varreu as cidades francesas, sobretudo algumas das localidades mais problemáticas dos arredores de Paris e Lyon, uma situação que implicou custos elevados para as companhias de seguros: mais de duzentos milhões de euros. Os violentos recontros tiveram início quando agentes policiais perseguiram dois adolescentes, filhos de imigrantes, que morreram electrocutados numa subestação eléctrica da periferia da capital gaulesa.

A vaga de violência urbana em França resultou em numerosos feridos, além de vários milhares de viaturas incendiadas e centenas de detenções.