Num discurso proferido na cimeira de Segurança Alimentar, em Roma, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou para a necessidade de duplicar a produção mundial de alimentos até 2030, como forma de superar a actual crise de baixa produção e preços elevados no sector.
A conferência, que decorre até quinta-feira promovida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), tem como objectivo encontrar formas de melhorar a segurança e qualidade alimentares, passando pela actual crise mundial que já provocou violentos motins em vários países.
Ban Ki-moon falou ainda sobre a importância da utilização de biocombustíveis, a necessidade de minimizar as restrições à exportação e os impostos sobre as importações, pedindo aos cerca de 50 países representados para não se “deixarem tentar por políticas alimentares que empobreçam os (países) vizinhos”.
Jacques Diouf, director-geral da FAO, partilha da visão de Ban Ki-moon sobre a importância de aumentar a produção agrícola, sobretudo nos países mais pobres, através do aumento das ajudas financeiras pelos estados ricos. “O tempo dos discursos terminou”, exclamou.
PAPA CONSIDERA FOME “INACEITÁVEL”
O Papa Bento XVI enviou também uma mensagem aos líderes mundiais presentes na conferência da FAO, lida por um enviado do Vaticano. O Santo Pontífice considera a fome e a desnutrição "inaceitáveis" num mundo que tem a capacidade para acabar com tais situações e apelou à “mundialização da solidariedade”.