Confessou ter um fascínio particular por virgens e, segundo psiquiatras, sente um prazer sádico em violar e matar. Entre 1987 e 2001 o francês Michel Fourniret assassinou pelo menos sete raparigas entre os 12 e os 22 anos. Sempre com a ajuda da mulher, Monique Olivier, que seleccionava e capturava as vítimas e depois escondia os corpos. Pelos seus monstruosos crimes o Tribunal de Charleville-Mezières condenou-os ontem à prisão perpétua.
O casal não manifestou qualquer reacção ao ouvir o veredicto. Com 66 anos, Fourniret, também chamado ‘ogre das Ardenas’ por ter sido nesta região que cometeu a maioria dos seus crimes em França e na Bélgica, poderá pedir a redução da sentença após ter cumprido 30 anos de prisão, mas atendendo à sua idade é pouco provável que alguma vez saia em liberdade. A mulher, de 59 anos, ficará presa pelo menos 28 anos.
Fourniret admitiu os sete homicídios e ajudou a polícia a encontrar os corpos. Durante o julgamento descreveu-se como 'um indivíduo extremamente perigoso', mas recusou-se a colaborar mais. Após a sentença garantiu que não iria apresentar recurso.
Psicólogos e psiquiatras que o acompanham desde a sua prisão na Bélgica, em 2003, após a fuga de uma das sua vítimas, asseguram que nenhum dos dois é insano e até têm um QI ligeiramente superior à media. O casal estaria ligado por um pacto criminal.
A polícia suspeita que Fourniret terá ainda assassinado a britânica Joanna Parrish, de 20 anos, e Marie-Angele Domece, uma deficiente de 19 anos, mas o ‘ogre das Ardenas’ negou qualquer envolvimento nesses homicídios. As investigações prosseguem.
Este caso, um dos piores da história recente da França, pôs a nu gravesfalhasna Justiça. Fourniret tinha um cadastro por violações antes desta série de crimes e vivia a poucos quilómetros da primeira vítima, Isabelle Laville. Ainda assim, ninguém o investigou ou questionou relativamente a este crime. O ‘ogre das Ardenas’ continuou a sequestrar e a matar raparigas. Algumas vezes assassinava-as a tiro, outras estrangulava-as ou esfaqueava-as. Quase todas eram antes violadas. Sempre com a cumplicidade da mulher.
Fourniret e Monique conheceram-se através de um anúncio de jornal na década de oitenta. Ele procurava alguém a quem escrever enquanto estava a cumprir uma pena de prisão em França por crimes sexuais. Respondeu-lhe Monique Olivier, que se revelou uma criminosa à sua medida. Após a detenção do marido, Monique acusou-o de ter assassinado nove mulheres. Durante estas investigações apenas ficaram provados sete homicídios, cometidos com a sua cumplicidade.