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 António Aleixo

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António Aleixo Empty
MensagemAssunto: António Aleixo   António Aleixo EmptyTer 27 maio 2008, 18:06

Em não tenho vistas largas
Nem grande sabedoria
Mas dão-me as horas amargas
Lições de Filosofia.

Quem nada tem, nada come;
E ao pé de quem tem de comer,
Se alguém disser que tem fome,
Comete um crime, sem querer.

A quadra tem pouco espaço
Mas eu fico satisfeito
Quando numa quadra faço
Alguma coisa com jeito.

Mentiu com habilidade,
fez quantas mentiras quis,
Agora fala verdade,
ninguém crê no que ele diz.

Embora os meus olhos sejam,
os mais pequenos do Mundo
O que importa é que eles vejam
O que os homens são no fundo.

É fácil a qualquer cão
Tirar cordeiros da relva.
Tirar a presa ao leão
É difícil nesta selva.

Quando os Homens se convençam
Que à força nada se faz,
Serão felizes os que pensam
Num mundo de amor e paz.

Tu, que tanto prometeste
enquanto nada podias,
hoje que podes -- esqueceste
tudo o que prometias...

O meu merceeiro é um santo
e há quem diga que ele é mau!
Digo-lhe só: -- dou mais tanto,
já me arranja bacalhau.

Não sou esperto nem bruto
Nem bem nem mal educado;
Sou simplesmente o produto
Do meio em que fui criado.

Quem me vê dirá: não presta,
nem mesmo quando lhe fale,
porque ninguém traz na testa
o selo de quanto vale.

Muito contra o meu desejo,
sem lhe querer dizer porquê,
finjo sempre que não vejo
quem finge que me não vê...

Diz que viver é sofrer ...
concordo. Mas não compreendo
que ninguem ouse dizer
que se aprende sofrendo.

Quantas sedas aí vão,
quantos brancos colarinhos,
são pedacinhos de pão
roubados aos pobrezinhos!

À guerra não ligues meia,
Porque alguns grandes da terra,
Vendo a guerra em terra alheia,
Não querem que acabe a guerra.

Da guerra os grandes culpados
Que espalham a dor da terra,
São os menos acusados
Como culpados da guerra.

Se os homens chegam a ver
Por que razão se consomem,
O homem deixa de ser
O lobo do outro homem.

Por que a vida me empurrou
caí na lama, e então...
tomei-lhe a cor, mas não sou
a lama que muitos são.
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António Aleixo
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