18.04.2008 - 17h22 Agências
O antigo Presidente norte-americano Jimmy Carter encontrou-se hoje, em Damasco, com o líder do Hamas no exílio, Khaled Meshaal, a fim de tentar convencer o movimento integrista a participar nas negociações de paz israelo-palestinianas.
A reunião, encarada por desconfiança por Washington e Telavive, começou cerca das 15h30 (hora de Lisboa), na sede do movimento palestiniano na capital síria.
Pouco antes do início da reunião, Mussa Abu Marzu, um dirigente do Hamas que participa no encontro, adiantava à AFP que entre os assuntos em discussão estaria a situação do soldado Gilad Shalit, capturado em 2006 pelo braço armado do movimento, “uma eventual trégua com Israel e o levantamento do bloqueio à Faixa de Gaza”.
Antes do encontro com o Hamas, Carter encontrou-se com o Presidente sírio, Bachar al-Assad, com quem Washington também não mantém contactos, numa reunião em que foram discutidas "as relações sírio-americanas e ao processo de paz" israelo-palestiniano e em que ambos manifestaram "o seu apoio ao diálogo como forma de encontrar soluções políticas para os problemas".
Carter está no Médio Oriente desde o início da semana, numa iniciativa pessoal destinada a promover as negociações entre israelitas e palestinianos.
Contudo os encontros com dirigentes do Hamas, primeiro no Cairo e agora em Damasco, são criticados tanto por Israel como pela Administração americana que dizem não entender os objectivos do antigo Presidente e prémio Nobel da Paz de 2002. Contudo, Carter diz que pretende apenas “apoiar os esforços de paz do Presidente Bush”, sustentando que não será possível um acordo sem o envolvimento dos islamistas que controlam, desde o Verão passado, a Faixa de Gaza.
“É muito importante que alguém se encontre com os dirigentes do Hamas para exprimir os seus pontos de vista, para avaliar se podem dar provas de condescendência, para tentar convencê-los a cessar todos os ataques contra civis inocentes em Israel e a cooperarem com a Fatah, enquanto grupo que une os palestinianos”, explicou o qantigo Presidente numa entrevista à ABC antes de partir para o Médio Oriente.
Tanto americanos como israelitas rejeitam qualquer contacto com o movimento integrista – que classificam de terrorista – até que este reconheça o Estado hebraico e renuncie ao uso da violência.