10.04.2008 - 15h29 AFP, PÚBLICO
A polícia da Mauritânia anunciou hoje ter detido o terceiro suspeito do homicídio de quatro turistas franceses, na véspera de Natal, num ataque no Sul do país. O incidente levantou dúvidas sobre a segurança no país e acabaria por levar ao cancelamento rali Lisboa-Dakar.
Ao ser detido, Maaruf Ould Haiba terá confessado o homicídio dos quatro "infiéis franceses", adiantou uma fonte da segurança, que falou à AFP sob condição de anonimato.
Há quatro meses que as autoridades procuravam o mauritano, depois de os outros dois suspeitos terem sido detidos, num hotel de Bissau, a 11 de Janeiro, numa operação em que participaram os serviços secretos franceses.
Contudo, um deles, identificado como Sidi Ould Sidna, conseguiu evadir-se do Palácio da Justiça de Nouakchott, capital mauritana, no início deste mês.
Segundo as autoridades nacionais, os três suspeitos admitiram pertencer ao Movimento da Al-Qaeda para Magrebe Islâmico, organização nascida nos meandros islamistas argelinos e que estendeu recentemente a sua acção a vários países da região.
Os quatro franceses foram mortos no dia 24 de Dezembro em Aleg, no Sul da Mauritânia, desencadeando uma caça ao homem sem precedentes no país.
Após o ataque, a diplomacia francesa desaconselhou os seus cidadãos a visitarem a Mauritânia, incluindo os que pretendiam participar no rali Lisboa-Dakar, com oito etapas previstas para o país. Este alerta, juntamente com informações de que os extremistas islâmicos estão apostados em atacar interesses franceses na região, levaram a organização da prova a decidir-se pelo seu cancelamento, na véspera do arranque de Lisboa.