10.04.2008 - 09h29 Lusa, PÚBLICO
O candidato da oposição zimbabweana Morgan Tsvangirai acusou o Presidente Robert Mugabe de perpetrar "um golpe de Estado militar de facto", ao deslocar tropas para todo o país para "intimidar a população" antes da eventual segunda volta das presidenciais.
"Eles enviaram forças militares para todo o país a fim de preparar um escrutínio e intimidar a população. É uma tentativa de criar as condições para uma vitória de (Robert) Mugabe", declarou Tsvangirai durante uma entrevista à revista "Time" publicada na sua página de Internet.
"Os chefes militares tentam desviar a vontade do povo", acusou.
"Trata-se, de uma certa forma, de um golpe de Estado militar de facto", considera o líder da oposição, chefe do Movimento Democrático para a Mudança (MDC, na sigla em inglês), que afirma a sua vitória logo à primeira volta nas presidenciais a 29 de Março.
O MDC, que oficialmente venceu as eleições legislativas que decorreram no mesmo dia que as presidenciais, recorreu à Justiça para obrigar a comissão eleitoral a divulgar a contagem das presidenciais. Porém, até ao momento ainda não foram divulgados os resultados eleitorais, mais de duas semanas depois da ida às urnas.
Ontem mesmo, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, disse que o povo do Zimbabwe "quer a mudança" e que "isso deveria ser muito claro para o Presidente Mugabe".