04.04.2008 - 16h22 Agências
O partido no poder no Zimbabwe decidiu que Robert Mugabe vai participar na segunda volta das eleições presidenciais se, tal como espera, nenhum dos candidatos tiver obtido a maioria necessária na primeira volta do escrutínio.
A decisão foi anunciada esta tarde, no final de quase cinco horas de reunião da comissão política da ZANU-Frente Patriótica, convocada para discutir as medidas a adoptar face aos resultados das eleições de sábado passado.
Sabe-se já que o partido há 28 anos no poder no país perdeu a maioria no Parlamento, mas a comissão eleitoral ainda não divulgou os resultados referentes ao Senado nem às eleições presidenciais, realizadas em simultâneo com as legislativas.
A oposição, com base em dados recolhidos pelos seus delegados, afirma que o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, venceu a eleição, com 50,3 por cento dos votos, um número que consideram suficiente para declará-lo vencedor. Contudo, a ZANU-PF e vários observadores afirmam que o líder do Movimento para a Mudança Democrática (MDC) não terá ido além dos 48 por cento (contra os 43 conseguidos por Mugabe), o que obrigaria à realização de um desempate, dentro de três semanas.
“É certo que vai haver uma segunda volta. Estamos enfraquecidos, mas ainda não fora de jogo”, afirmou Didymus Mutasa, secretário para a administração do partido, sublinhando que o candidato “será evidentemente Robert Mugabe”. “Que outro poderíamos escolher para o lugar se não o nosso querido velho?”, questionou.
Depois de conhecida a derrota da ZANU-PF no Parlamento, surgiram rumores de que Mugabe estaria a ser pressionado, incluindo por dirigentes do seu partido, para renunciar ao cargo, no âmbito de um acordo com a oposição. No entanto, tanto Governo como oposição negaram qualquer contacto neste sentido.