Noticias mais importantes dia 13-03-2008

Iraque: arcebispo caldeu de Mossul encontrado morto duas semanas após sequestro
13.03.2008 - 15h26 AFP
O arcebispo caldeu de Mossul, sequestrado no passado dia 29 de Fevereiro, foi encontrado morto, esta manhã, nos arredores daquela cidade do Norte do Iraque, anunciou o bispo auxiliar de Bagdad. O Papa Bento XVI emitiu já um comunicado em que se declara “comovido e profundamente triste” com este “trágico acontecimento”.

“Encontrámos o seu corpo perto de Mossul. Os sequestradores tinham-no enterrado”, revelou Shlemon Warduni em declarações à SIR, agência de informação da igreja católica italiana.

Paulos Faraj Rahou tinha sido sequestrado há duas semanas por um grupo armado que abateu no local os três seguranças que o acompanhavam.

“Os sequestradores disseram-nos ontem que o monsenhor Rahou estava muito mal e, ao final do dia disseram-nos que ele tinha morrido. Esta manhã telefonaram-nos para dizer onde o tinham enterrado”, explicou o prelado.

O responsável explicou que o corpo do arcebispo foi resgatado por um grupo de jovens “que seguiram as indicações dos sequestradores”, não se sabendo ainda se Rahou “morreu devido a problemas de saúde ou se foi morto”.

O Papa Bento XVI, que por duas vezes tinha pedido a libertação do arcebispo, ficou “comovido e profundamente triste” com a notícia da morte do prelado, dizendo esperar que “este trágico acontecimento possa [...] mobilizar o empenho de todos para a pacificação de país tão atormentado”.

Mossul, uma cidade de maioria sunita, é a capital da província de Ninive, actualmente uma das mais perigosas do Iraque, suspeitando-se que aí se concentrem redutos da Al-Qaeda perseguidos de outras regiões do país.

Em Junho do ano passado, um padre e três diáconos da diocese de Mossul foram mortos a tiro em frente de uma igreja, e quatro meses depois dois padres foram sequestrados durante alguns dias. Antes de Rahou, em Janeiro de 2005, o arcebispo de rito sírio da cidade, Georges Casmoussa, foi sequestrado durante 24 horas, vindo posteriormente a ser libertado.

Antes da invasão norte-americana, em 2003, a comunidade cristã do Iraque totalizava 800 mil pessoas, o equivalente a três por cento da população do país, maioritariamente muçulmana. Mas a violência sectária que se instalou em vários pontos do país levou muitos cristãos a emigrarem ou a refugiarem-se no Curdistão iraquiano, zona autónoma onde o nível de violência é muito inferior ao resto do país.

Os caldeus, católicos de rito oriental, constituem a principal comunidade cristã do Iraque, sendo uma das mais antigas igrejas da actualidade.

Gastão Salsinha e seus rebeldes escaparam a cerco policial
13.03.2008 - 12h54 Reuters
Os rebeldes considerados responsáveis pelos ataques ao Presidente e ao primeiro-ministro de Timor Leste escaparam ao cerco das forças de segurança do país, informou hoje o Exército, citado pela Reuters.

As forças de segurança cercaram os rebeldes durante vários dias na selva do distrito de Emera, a 75 quilómetros a oeste da capital, Díli, mas eles recusaram a rendição, avançou o comandante das operações, o major Virgílio dos Anjos Ular.

"Nós poderíamos ter matado os rebeldes ontem, se quiséssemos. Mas mudamos de ideia e pedimos apenas que se entregassem", disse Ular à Reuters, via telefone.

O major avançou ainda que os moradores do local ajudaram os rebeldes liderados por Gastão Salsinha a irem para outro lugar na noite de quarta-feira.

O major Ular disse ainda que a operação continua a decorrer e pediu que as pessoas encorajem Salsinha e seus rebeldes a renderem-se, a fim de se evitar um derramamento de sangue.

Os rebeldes atacaram a casa do Presidente José Ramos-Horta no dia 11 de Fevereiro, ferindo-o a tiro. O primeiro-ministro Xanana Gusmão escapou ileso de outro ataque semelhante.

Ramos-Horta, que está a recuperar dos ferimentos na Austrália, identificou o atirador que quase o matou, segundo um jornal australiano.

O atirador foi um dos 600 soldados rebeldes expulsos do Exército depois de uma greve, em 2006, indicou o jornal "Age", citando um familiar Ramos-Horta.

Outro importante rebelde acusado de envolvimento no ataque rendeu-se no início de Março.

Ban Ki-moon condena uso desproporcionado da força por parte de Israel
13.03.2008 - 16h52 AFP, PÚBLICO
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, condenou hoje o uso “excessivo e desproporcionado da força” por parte de Israel contra os territórios palestinianos e pediu um cessar-fogo imediato.

Falando na abertura da 11ª cimeira da Organização da Conferência Islâmica (OCI), a decorrer em Dacar, no Senegal, Ban Ki-moon não teve dúvidas em afirmar que os ataques desencadeados nas últimas semanas pelo Exército israelita contra a Faixa de Gaza representam um “uso excessivo e desproporcionado da força” que causou “ferimentos e mesmo a morte a muito civis, incluindo crianças”.

“Condeno estas acções e peço a Israel para cessar tais actos”, acrescentou o secretário-geral da ONU, horas depois de quebrada a trégua tácita que vigorava há quase uma semana na região.

Na última madrugada, uma unidade especial do Tsahal entrou em Belém, na Cisjordânia, matando três activistas da Jihad Islâmica e um membro das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, o braço armado da Fatah. Um quarto activista do movimento radical palestiniano foi morto em trocas de tiros no Norte da Cisjordânia.

Reagindo a estas operações, combatentes da Jihad Islâmica na Faixa de Gaza voltaram esta manhã a lançar “rockets” contra o Sul de Israel, dois dos quais explodiram na cidade de Sderot. Numa acção semelhante, a 27 de Fevereiro, um jovem israelita perdeu a vida e, em retaliação, o Exército desencadeou uma vaga de raides aéreos e incursões que provocaram a morte a 130 palestinianos, metade dos quais civis.

Também o Presidente senegalês, Abdoulaye Wade, que iniciou hoje um mandato de três anos à frente da OCI, pediu a israelitas e palestinianos “para pararem hoje mesmo a violência, seja acção seja reacção, e a respeitar um cessar-fogo” que permita retomar as negociações.

“Durante a minha presidência, a minha prioridade será a resolução do problema palestiniano, com o estabelecimento de um Estado palestiniano internacional reconhecido e com fronteiras seguras”, garantiu Wade.

Assessora de Clinton demite-se após comentários controversos contra Obama
13.03.2008 - 10h27 Agências
Geraldine Ferraro, uma das mais influentes políticas norte-americanas e a única democrata que foi candidata à vice-presidência dos EUA, em 1984, abandonou hoje o cargo honorífico que ocupava na campanha de Hillary Clinton, depois de ter dito, há poucos dias, que Obama só chegou tão longe na sua candidatura porque é negro e depois de ter acusado os meios de comunicação social de o ajudarem por serem machistas.

"Se Obama fosse um homem branco, não estaria nesta posição" de liderança, disse Geraldine Ferraro a um jornal da Califórnia. "E se fosse uma mulher, não estaria nesta posição. Acontece que tem muita sorte de ser quem é. E o país está 'apanhado' pelo conceito", acrescentou.

Ferraro negou-se a rectificar as suas declarações e insistiu nos últimos dias que não lamentava ter dito o que disse. Sublinhou, porém, que os seus comentários foram retirados do contexto e interpretados como racistas pela campanha de Obama, a quem acusou de estar a dividir o Partido Democrata.

Mas hoje, numa carta enviada a Hillary Clinton, Ferraro anunciou de surpresa o seu abandono do cargo honorífico que ocupava no comité de finanças da campanha da ex-primeira-dama, onde trabalhava na recolha de fundos.

Um porta-voz de Clinton anunciou que a saída aconteceu por iniciativa de Ferraro.

Logo após as declarações de Ferraro, Hillary apressou-se a demarcar-se da sua posição, deixando cair a sua colega de campanha. Em declarações à CNN, a candidata democrata disse que "as declarações de Ferraro são o tipo de atitude que é preciso erradicar da política", e disse que alguém que pensa assim não deveria estar envolvida na campanha.

Por seu lado, Obama contestou as acusações e, de certa forma, ironizou os comentários, negando que ser negro seja uma vantagem, antes pelo contrário.

Petróleo e ouro de novo em máximos históricos
13.03.2008 - 16h00 Agências
Os preços do petróleo e do ouro atingiram hoje novos recordes, ajudados pela fragilidade do dólar, que hoje permitiu ao euro atingir um novo máximo de 1,5625 dólares.

Cada barril de petróleo para entrega em Abril, e negociado em Nova Iorque, superou os 111 dólares (71,25 euros), mantendo a progressão de praticamente um dólar nos últimos dias. Em Londres, o petróleo de “Brent” marcou um novo preço máximo de 107,88 dólares.

No caso do ouro, a onça chegou a ser negociada hoje nos mil dólares (642 euros) em Nova Iorque, demonstrando que o céu é o limite para este bem de refúgio em tempo de crise dos mercados financeiros internacionais.

Revista de imprensa: destaques do "Wall Street Journal"
13.03.2008 - 07h29
Eliot Spitzer anunciou ontem a sua demissão do cargo de governador de Nova Iorque, na sequência do alegado envolvimento numa rede de prostituição de luxo. Spitzer será substituído por David Paterson, que sera o primeiro governador estadual afro-americano.

O plano do regulador económico dos EUA prevê regras mais apertadas que evitam situações como aquelas que ocorreram com a crise do crédito de alto risco. O secretário do Tesouro, Paulson, afirmou que essas recomendações incluem o endurecimento das regras de concessão de crédito hipotecário e de critérios mais rígidos para sociedades de crédito.

O planeta está a ficar mais quente, O economista Richard Sandor está a ficar mais rico. A sua empresa, a Climate Exchange, está a ter um papel fundamental no mercado de licenças de emissões de carbono. Agora, que o negócio atrai mais concorrentes, a empresa vira-se para os EUA.

Revista de imprensa: destaques do "Financial Times"
13.03.2008 - 07h27
O Presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, ofereceu-se para desistir de parte do seu poder para evitar que os partidos da oposição o façam frente.

Os EUA vão evitar uma recessão acentuada, similar àquela que o Japão viveu na década de 90 do século passado porque o banco central norte-americano irá fazer o que for preciso para evitar esse cenário.

Manuel Zabraniecki, um corretor da Société Générale, foi ontem detido pelo regulador dos serviços financeiros que regula o escândalo depois de uma rusga na sede do banco, na La Défense.

Casa Branca reformula regulamentos do sector financeiro
13.03.2008 - 16h20
Por Lusa
O secretário americano do Tesouro, Henry Paulson, apresentou hoje uma vasta reforma da regulamentação do sector financeiro nos Estados Unidos, "para evitar que erros do passado se reproduzam" e provoquem nova crise.

"Tentamos sair do período actual de turbulências dos mercados minimizando paralelamente o impacto sobre a economia", assegurou Paulson num discurso em Washington. "Devemos também examinar quais são as respostas políticas apropriadas", afim de "reduzir o risco de que os erros do passado se reproduzam", acrescentou.

Trata-se de encontrar um equilíbrio delicado porque "a regulamentação deve se manter ao nível da inovação e ajudar a restabelecer a confiança dos investidores, sem ir até o ponto de criar novos problemas, de tornar os mercados menos eficientes ou de privar de crédito os que dele precisam", sublinhou.

Paulson enumerou de seguida as grandes linhas destas reformas, que revelava numa entrevista ao Wall Street Journal de hoje.

Um dos grandes eixos da reforma é de reforçar a supervisão dos bancos e dos corretores em crédito hipotecário, nomeadamente pela implementação de "critérios rigorosos de aceitação a nível nacional" dos corretores.

Estas medidas visam igualmente as agências de notação, acusadas de terem contribuído para a agravação da crise nascida no Verão passado no mercado do crédito hipotecário de riscos (subprime) e que desde então contaminou a quase totalidade dos mercados de crédito. As agências terão nomeadamente de assinalar eventuais conflitos de interesses (quando ajudam uma empresa a definir as características de uma emissão que vão de seguida avaliar).