O proprietário da casa onde Vale e Azevedo reside em Londres acusa o ex-presidente do Benfica de lhe dever 416 mil euros. A esposa do advogado português confirma que deixaram de pagar porque a casa tem problemas que o dono recusa resolver, avança a agência Lusa.
O proprietário da casa, John Marriott, disse em Londres que Vale e Azevedo deve 324 mil libras desde 2007 (cerca de 416 mil euros) em rendas, um valor que devia ser pago pela empresa que o advogado português gere, a V&A Capital, que tem sede na mesma morada.
«Há um ano que não pagam rendas», queixou-se, lamentando que o passado de Vale e Azevedo não tenha sido verificado pela agência imobiliária que realizou o contrato.
Marriott disse à agência Lusa que as coisas correram bem durante o primeiro ano de arrendamento, em que os pagamentos eram assegurados por uma empresa portuguesa chamada VENCIMO.
«[Vale e Azevedo] era simpático e até socializámos algumas vezes, mas depois deixaram de pagar a renda», contou.
Em falta estão três trimestres deste ano, no valor total de 274,800 libras, mais 50 mil libras referentes ao ano passado. Por trimestre, a V&A Capital comprometeu-se a pagar 91,600 mil libras (117 mil euros).
«Se fosse eu, também não pagava»
O advogado de Vale e Azevedo confirmou a existência de uma disputa legal quanto às rendas, alegando a existência de fugas de água e problemas na canalização. «Se fosse eu também não pagava», declarou à Lusa, recusando avançar mais pormenores.
A esposa de Vale e Azevedo adiantou, à porta da residência, a existência de vários problemas com a casa e que essa era a razão da «suspensão» do pagamento da renda. «A empresa que arrenda a casa [V&A Capital] suspendeu a renda por incumprimento do contrato por parte deste senhor», replicou Filipa Azevedo aos jornalistas.
«Ao fim de um ano de a empresa pagar a renda e de o senhor não cumprir com a sua obrigação como proprietário, suspendeu a renda», reiterou, negando o envolvimento de qualquer empresa portuguesa.
Por seu lado, Marriott rejeitou responsabilidades, afirmando que a casa «está em excelentes condições». «É uma grande casa, eles fizeram reclamações mas não nos deixaram reparar as queixas que fizeram», salientou.
John Marriott apresentou a situação ao tribunal de Westminster, que esta manhã decidiu adiar para 10 de Novembro a avaliação do pedido de extradição para Portugal em nome de Vale e Azevedo.
A juíza Caroline Tubbs mostrou-se sensível ao caso e aceitou mudar o termo de identidade e residência que manteve ao advogado português quando este mudar de casa, o que deverá acontecer no final deste mês.