O canoísta britânico que em Dezembro regressou à vida, depois de ter sido dado como morto durante cinco anos, e a mulher foram ontem condenados por um tribunal da Londres a mais de seis anos de cadeia por fraude agravada e lavagem de dinheiro. O juiz considerou provado que o casal forjou a morte do homem para receber os prémios de pensão e seguros em seu nome.
Uma semana de julgamento foi suficiente para o juiz confirmar a culpabilidade de John e de Anne Darwin, de 57 e 56 anos. Em tribunal ambos admitiram a gigantescafraude, tendo ele sido condenado a seis anos e três meses de cadeia e ela a seis anos e meio.
O caso, que fez as manchetes dos principais jornais britânicos em Dezembro último, remonta a 2002, quando John saiu de casa para passear de canoa. Horas depois a mulher deu o alarme, afirmando que ele tinha desaparecido. Os destroços da canoa foram encontrados no mar, assumindo-se que John tinha morrido.
Tudo não passou porém de um elaborado esquema para Anne poder levantar o dinheiro dos seguros de vida e a pensão do marido. Durante quatro anos John viveu escondido num apartamento contíguo à casa do casal, até que se mudou para o Panamá em 2006, onde começou a preparar uma nova vida para ele e para a mulher com os mais de 300 mil euros obtidos com a fraude.
O caso foi descoberto em Dezembro último quando John regressou a Londres e se apresentou à polícia, afirmando sofrer de amnésia.
Duranteojulgamento Anne alegou ter sido forçada pelo marido a participar no esquema, mas o juiz não acreditou e disse no veredicto que elanão passava de uma "mentirosa compulsiva", que não hesitou em enganar os próprios filhos para levar a cabo os seus planos.
